Chuvas causam alagamentos e falta de energia elétrica em Formosa
- Natália Vergütz
- 8 de mar. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 29 de nov. de 2023
Durante as chuvas do último final de semana, dias 5 e 6, os formosenses enfrentaram ruas totalmente alagadas e problemas no fornecimento de energia elétrica.
No sábado, dia 5, vídeos publicados nas redes sociais mostram comerciantes da feira coberta totalmente ilhados, e uma verdadeira “cachoeira” no lado interno do centro comercial. Houve falta e oscilações de energia elétrica por toda a cidade, e o setor Parque da Colina foi um dos mais afetados: o bairro teve um “apagão”, que durou cerca de oito horas.
Feira Coberta (Vídeo: Reprod./ Redes Sociais)
No domingo, dia 6, a situação se repetiu: vários pontos de alagamento por toda a cidade, Em outros locais, a água também invadiu as casas e carros foram arrastados pela enxurrada. Nos relatos em grupos da cidade, moradores também se queixaram que as oscilações constantes na rede de energia elétrica têm causado prejuízo com eletrodomésticos queimados.
Veículo sendo arrastado pela enxurrada próximo ao Laguinho do Vovô, em Formosa (Vídeo: Reprodução/ Redes Sociais).
Vídeo: Reprodução/ Redes Sociais.
Mata da Bica, Formosa GO (Vídeo: Reprod./ Redes Sociais).
- Alagamentos: problema antigo e recorrente
Os transtornos ocasionados pelas chuvas são antigos e recorrentes. Em 2017, chegou a ser decretada situação de emergência no município por causa dos alagamentos: em alguns locais, moradores perderam tudo e tiveram que abandonar suas casas.

Segundo a engenheira civil Edjane Ramos Dourado, a urbanização sem planejamento na maioria das cidades, associado à uma gestão inadequada do sistema de drenagem urbana , tem feito com que as águas pluviais causem diversos transtornos à população, como os alagamentos.
Em seu trabalho de conclusão de curso, realizado em 2018 pela IFG, inclinou-se sob o estudo da drenagem urbana em Formosa. “A cidade teve um aumento populacional acelerado e essa expansão não foi acompanhada de um crescimento na infraestrutura”, afirma.
Em uma amostra do estudo, tomando como base o bairro Formosinha, mais de 80% das vias possuíam pouquíssimos dispositivos de microdrenagem (sarjeta, boca de lobo ou bueiro) e com capacidade insuficiente para captação adequada do volume das chuvas ou para drenar toda a área.
O trabalho de pesquisa também identificou outros agravantes, como: falta de reparos dos dispositivos e de limpeza e dragagem dos canais, falta de varrição das vias, lixo, entulhos deixados nas calçadas por particulares, ruas não pavimentadas e lançamento de esgoto doméstico nas tubulações. Também não foram identificados programas de educação ambiental.
Para a especialista, é necessário a elaboração de projetos de forma integrada com outros serviços de saneamento básico e melhoramento urbano . Além disso, a combinação de uma gestão sustentável, sem o abandono da otimização e manutenção do sistema tradicional. “Os projetos de drenagem precisam contemplar medidas conservacionistas, que poderiam ajudar a impedir o avanço do processo de assoreamento e minimizar o impacto ambiental que a urbanização acelerada provoca nos canais da macrodrenagem”, afirmou.
- Resposta da administração municipal
Segundo o prefeito reeleito, Gustavo Marques, há um projeto no Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR) para a canalização total do Córrego Josefa Gomes até a BR 020 e outro na Defesa Civil, que prevê um investimento de R$ 47 milhões no sistema de galerias de águas pluviais.
- Problemas no fornecimento de energia elétrica
A companhia de energia elétrica de Goiás foi privatizada em 2017, em acordo assinado pelo então governador de Goiás à época, Marconi Perillo, e a Enel. Em 2019, o Procon Goiás registrou 3184 reclamações contra a concessionária e chegou a aplicar uma multa de R$ 9 milhões, relativa às constantes denúncias dos consumidores sobre quedas de energia, demora no serviço de reabastecimento e cobranças indevidas nas faturas.
Sobre o ocorrido no setor Parque da Colina, no último sábado, temos a informação extra-oficial de que um telhado caiu sob um poste, causando o “apagão”. Não conseguimos contato com a companhia para falar sobre as oscilações de energia no município, mas o espaço está aberto para pronunciamento.